O homem autuado em flagrante por causar a morte de um idoso de 77 anos após derrubá-lo no chão com uma “voadora” no peito teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Felipe Esmanhoto Mateo, durante audiência de custódia realizada na manhã de domingo (9), no Fórum de Santos.
Dono de empresa do ramo de consultoria e professor universitário, conforme a sua defesa alegou, Tiago Gomes de Souza, de 39 anos, desferiu o golpe na vítima César Finé Torresi por volta das 17 horas de sábado (8), na Rua Professor Pirajá da Silva, na lateral do Praiamar Shopping, no bairro da Aparecida.
“A conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva é medida que se impõe. O delito cuja autoria é imputada ao investigado é gravíssimo e impõe a necessidade da custódia cautelar, para se garantir a ordem pública – um dos fundamentos exigidos pelo artigo 312 do Código de Processo Penal”, justificou o magistrado.
O idoso atravessava a rua de mãos dadas com o neto, de 11 anos. Segundo o menino, o trânsito estava engarrafado e ele e o avô passavam entre veículos, que estavam parados. Porém, de forma repentina, eles foram surpreendidos pelo Jeep Commander, que trafegava em alta velocidade e freou bruscamente.
Após avô e neto concluírem a travessia, o acusado desembarcou do veículo e atingiu o idoso com uma “voadora”, que caiu desacordado. Um homem testemunhou a cena e confirmou o relato da criança. A violência revoltou populares, que danificaram o Jeep. Em busca de refúgio, Tiago entrou no shopping, onde policiais militares o prenderam.
Em estado gravíssimo, César foi encaminhado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Zona Leste, onde precisou ser intubado. Os médicos aguardavam o idoso apresentar melhora para transferi-lo à Santa Casa, mas o paciente sofreu antes três paradas cardíacas e faleceu.
Filho do idoso, Bruno César Finé Torresi, 38 anos, afirmou que o seu pai tinha excelente saúde física e mental. Ele não presenciou o crime, mas soube o que aconteceu momentos após por meio do seu próprio filho, que ficou traumatizado. O idoso residia em Santo André, na região do ABC.
Silêncio total
No momento em que os PMs o abordaram e deram voz de prisão, Tiago optou por permanecer em silêncio. Na Central de Polícia Judiciária (CPJ), já sob a assistência de um advogado, o acusado invocou novamente o direito constitucional de permanecer calado ao ser interrogado.
A delegada Mariana Castro Lopes Pilotto autuou o empresário em flagrante por lesão corporal seguida de morte, cuja pena varia de quatro a 12 anos de reclusão. Inicialmente, Tiago foi encaminhado à cadeia do 5º DP de Santos (Bom Retiro). Após a decretação da preventiva, houve a sua remoção ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente. (EF)
fonte: santaportal.com.br